Com 1.527 km de extensão e orçada em R$ 7,43 bilhões, a Ferrovia de
Integração Oeste-Leste ligará o município de Figueirópolis, no
Tocantins, a Ilhéus, cruzando 32 municípios baianos. Em Ilhéus a Fiol
deverá encontrar o Complexo Intermodal Porto Sul, que ainda aguarda
licença ambiental prévia.
Dividida
em sete lotes, a Fiol possui licença de instalação para os quatro
primeiros, entre Ilhéus e Caetité. No quinto, entre Caetité e Barreiras,
a obra aguarda concessão da Licença de Instalação por parte do Ibama.
Já o trecho entre Barreiras (BA) e Figueirópolis (TO) ainda não tem
definição de prazo de licença e início das obras.
Pela ferrovia deverão ser transportados soja, farelo de soja e milho,
fertilizantes, combustíveis e minério de ferro, especialmente da Bahia
Mineração (Bamin). A empresa, que pertence à mineradora Eurasian Natural
Resources Corporation (ENRC), do Cazaquistão, já comprou 25% da
capacidade de transporte da ferrovia, que levará minério do Projeto
Pedra de Ferro, em Caetité, até o Porto Sul, junto ao qual a Bahia
Mineração pretende construir um Terminal de Uso Privativo (TUP) para
escoar sua produção.
Impactos
Em vez de vantagens, porém, para as
comunidades cortadas pela estrada de ferro o que sobra são impactos
ambientais e sociais. Segundo um levantamento preliminar da Comissão
Pastoral da Terra (CPT) na Bahia, 1.629 famílias de comunidades
quilombolas e de agricultores serão afetadas pelas obras da Ferrovia
Oeste-Leste no estado. O casal Angelino Souza Pinto, 68 anos, e Teresinha Rosa da Silva Pinto, 72 anos, que perderão três hectares, reclamam que a ferrovia passará sobre as
melhores terras da região, que ficam ao lado do rio. “Nós temos outros
lugares, mas é pedra, não dá pra plantar”, diz Teresinha, lembrando
ainda que, com o ruído dos trens, a criação de animais também ficará
prejudicada. A ferrovia ficará a 35 metros da residência do casal, que
já antevê os problemas em morar tão perto de uma estrada de ferro. “Não
vai ficar nada em pé. Nossas casas são antigas, têm mais de cem anos.
Aqui é tão sossegado, aí vem um inferno desses e acaba com a
tranquilidade”, lamenta Angelino.
Segundo a assessoria de imprensa da Valec (construtora) informou, por meio de nota, que “o
traçado da ferrovia foi concebido de modo a minimizar os impactos
sociais do empreendimento”. O texto diz que ainda que haja três mil
desapropriações entre os trechos de Ilhéus e Barreiras, “todas as
benfeitorias, culturas e terras impactadas serão indenizadas, permitindo
que as famílias possam adquirir novas propriedades”.
http://www.brasildefato.com.br (adaptada)


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